Pendente. Assim está a situação de Joel Santana. A decisão sobre o futuro do treinador sairá nesta segunda-feira. Com pressão de todos os lados, inclusive dentro da cúpula de futebol, a possibilidade de demissão segue em pauta. Em meio à dúvida se comandará o treino marcado para 15h, no Ninho do Urubu (Zinho avisou que vai dar uma coletiva no CT), o técnico tem uma certeza: caso permaneça no cargo, ele terá um aumento automático em seu salário que, em agosto, passará de R$ 350 mil para R$ 400 mil; caso seja mandado embora, embolsará R$ 2 milhões.
O reajuste financeiro não é por produtividade. Quando deixou o Bahia para acertar com o Rubro-Negro, em fevereiro, em substituição a Vanderlei Luxemburgo, Joel teve essa garantia por escrito em seu contrato, que vai até dezembro. Foi um "termo contratual" aceito pela diretoria e pelo departamento de finanças.
Além disso, existe uma alta multa rescisória em caso de demissão que chega a R$ 2 milhões. O valor milionário tem uma explicação. Estável no Bahia, Joel propôs ao Rubro-Negro um contrato de dois anos. O clube ofereceu vínculo até dezembro, mas com a garantia de que o treinador receberia o valor integral até o fim do compromisso, ficando ou não no cargo.
Com o reajuste de agosto, então, que elevaria o salário de Joel para R$ 400 mil, a multa seria de R$ 2 milhões. Como é praxe no futebol, em caso de demissão, ele receberia metade desse valor. Mas, de acordo com as novas leis desportivas, o treinador pode pleitear os mesmo direitos destinados ao jogador, ou seja, o valor integral.
O clube ainda paga mensalmente altas cifras por conta da demissão de Vanderlei.
Os nomes de Dunga e Jorge Sampaoli chegaram a ser ventilados como os de possíveis substitutos de Joel há algumas semanas, mas Zinho negou qualquer movimentação. Já Dorival Júnior aparece mais como fator óbvio - por ter sido demitido na semana passada do Internacional - do que por iniciativa da diretoria, que apenas sonda o terreno, sem fincar a bandeira sobre um possível sucessor de Joel.
O atual treinador já deixou claro em diversas entrevistas que não pedirá demissão. Caso decidisse abandonar o barco, Joel, por lei, poderia brigar por cerca de R$ 1 milhão, metade do que tem a receber até dezembro.
Em processo de fritura há tempos, Joel voltou a ser criticado internamente depois da derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro. Dessa vez, porém, de forma mais branda e com um motivo específico: mais pela substituição de Adryan para colocar Hernane, do que pela atuação do time como um todo.
- Vamos continuar trabalhando, tentando melhorar. Falei que a equipe ia melhorar, é questão só de tempo para comprovar aquilo que falamos – afirmou Joel, depois da derrota, sem temer pelo futuro.
A segunda-feira promete ser agitada no Flamengo. O futuro de Joel está em jogo. Caso resista a mais um momento de forte pressão, o treinador engordará em R$ 50 mil sua conta bancária. Se for demitido, encherá o cofrinho com R$ 2 milhões.
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