Além do futebol, o processo de transição entre a gestão Patricia Amorim e Eduardo Bandeira de Mello envolve todos os setores e assuntos pendentes do Flamengo. Na pauta consta uma conversa com representantes da Olympikus e a análise minuciosa das 90 páginas do contrato de 10 anos oferecido pela Adidas, que ainda não foi votado pelo Conselho Deliberativo, mas recebeu aval da diretoria atual. Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que será vice-presidente de planejamento e marketing, estuda a situação das duas empresas. Uma conversa com a atual fornecedora servirá para entender a forma como a negociação foi conduzida pelo clube, passando por cima do contrato que iria até 2014.
- Sobre a Adidas, desconheço os termos da proposta, por isso é difícil falar. Quero analisar com mais calma – afirmou Eduardo Bandeira de Mello, logo depois de ser eleito presidente do Flamengo na noite desta segunda-feira, quando derrotou Patricia Amorim pela diferença de 500 votos: 1.414 contra 914.
A Olympikus vai dar uma cartada, ainda acredita na permanência e já estuda a prorrogação de um prazo de um pagamento que o clube teria que fazer nos próximos dias. O Flamengo precisaria depositar R$ 3 milhões para a empresa até o dia 10 de dezembro, conforme previsto no termo de distrato do vínculo que iria até 2014. Caso o Rubro-Negro não cumpra o acordo, a fornecedora teria o direito de permanecer até o fim do contrato.
Com a prorrogação do prazo, a fornecedora dá mais tempo ao clube para que não precise votar rapidamente o contrato da Adidas. Com isso, representantes da próxima gestão podem tomar conhecimento do panorama.
A Olympikus exigiu do clube R$ 13 milhões para deixar o Flamengo antes do fim do contrato. Além dos R$ 3 milhões que, a princípio, precisariam ser depositados até o dia 10 de dezembro, a fornecedora deixou de fazer os pagamentos desde outubro e ficaria assim até abril, ao término do Campeonato Carioca, o que totalizaria os R$ 13 milhões.
Vice-presidente geral de Patricia Amorim, Hélio Paulo Ferraz foi o principal responsável pela negociação com a Adidas. Helinho declarou seu voto na Chapa Azul nas eleições de segunda-feira. O dirigente chegou a rediscutir com a empresa alemã pontos discordantes no contrato, como a multa ou rescisão em caso de rebaixamento.
No mês passado, o vice-presidente de marketing da gestão derrotada nas urnas revelou valores, exaltou o contrato com a Adidas e descartou a Olympikus.
- A proposta da Adidas tem dois aspectos: o financeiro, que é muito bom, é o melhor contrato de fornecimento de material esportivo do Brasil. Serão R$ 38 milhões por ano, um caminhão de dinheiro; outro aspecto é a internacionalização da marca. A Olympikus foi parceiraça, atendeu todas as nossas solicitações, a relação foi ótima. Acho que eles não conseguiram cobrir a proposta – disse Henrique Brandão.
Antes mesmo das eleições, Luiz Eduardo Baptista, que será vice-presidente de planejamento e marketing da nova gestão, já deixara claro em entrevistas de campanha da Chapa Azul que não aprovava a forma como a Olympikus estava sendo tratada durante as negociações.
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